No artigo posterior, falamos sobre a síndrome da
dispersividade ou a tendência da pessoa desorganizada e sem prioridades
claras de ficar pulando de um lado para outro sem definição, fazendo
muitas coisas, mas no final das contas não fazendo nada de concreto ou
não conseguindo terminar os projetos iniciados.
Um mal da nossa sociedade muito alimentado por Hollywood e pela
literatura em geral é a noção de que qualquer um pode fazer qualquer
coisa (a crença de que uma oportunidade mágica pode
aparecer do nada e mudar toda a sua vida de uma hora para outra e que a
sua postura deve ser, então, só esperar até que isso aconteça).
Esses dois conceitos geram todo o tipo de confusão na cabeça das
pessoas. A começar pelo fato de que, sim, teoricamente qualquer um pode
fazer qualquer coisa, no entanto, a interpretação dessa idéia é que tem
sido errônea. O correto é: qualquer um pode fazer o que quiser, DESDE
QUE essa “coisa qualquer” seja bem definida, bem focada e a pessoa
coloque todos os seus esforços em cima daquilo. A interpretação
incorreta é que qualquer um pode fazer qualquer coisa, no sentido de que
a pessoa pode se dedicar a dez coisas ao mesmo tempo e se sair bem em
todas. Isso é dispersão e não tem jeito, não dá certo! Priorizar é
escolher as suas batalhas. Pinçar no meio de uma série de oportunidades e
escolhas possíveis algumas poucas a que você quer se dedicar e colocar
seus melhores esforços em cima daquilo.
No mundo de hoje, temos tantas possibilidades, tantas oportunidades
que as pessoas adquirem o hábito de sempre deixar a porta aberta – não
no bom sentido, mas no sentido dispersivo! Na época de faculdade, tive
uma amiga que tinha muita dificuldade de definir e escolher de qual lado
do muro ela queria ficar, isso até nas coisas mais elementares.
Lembro-me de que quando saíamos para comer fora, mesmo depois de todo o
grupo já ter se decidido pelo restaurante, ela continuava dando idéias:
“A gente pode ir também ao lugar tal”, “Ah, e se a gente estiver
disposto a gastar mais, tem o restaurante X”, e assim por diante. Mesmo
na porta do restaurante, ela não parava de dar idéias de outros lugares!
Ela fazia isso com tudo e tinha muita dificuldade em perceber o perigo
dessa postura. Ela se achava muito aberta, sempre disposta a tudo,
quando na verdade o seu problema era a extrema dispersividade, a um
ponto em que ela não era capaz de firmar uma decisão sem olhar em volta e
ficar considerando outras possibilidades. Pessoas com essa postura têm
dificuldades para se definir em todas as áreas da vida. Muitas têm
dificuldades de manter relacionamentos afetivos, pois ficam sempre
considerando a possibilidade de que alguém melhor pode aparecer. Outras
têm dificuldades na área profissional, sempre acreditando que pode ter
uma outra área, um outro emprego, uma outra oportunidade melhor que vai
fazê-las mais felizes. Essa indecisão é contraprodutiva e termina por
minar os esforços da pessoa na vida.
A solução para esses impasses é tomar decisões e priorizar com
integridade, principalmente sem associar felicidade a resultados. Muitos
artigos neste site tratam dessa questão da felicidade, de como é
perigoso associar o futuro à satisfação e ficar esperando que coisas
externas, pessoas, acontecimentos, conquistas profissionais, tragam
a felicidade. Essa associação é uma das armadilhas mais perigosas e
frustrantes em que as pessoas caem e é uma das raízes da dispersividade.
A pessoa que está constantemente procurando a felicidade fica sempre
com um pé atrás para se comprometer com as coisas na vida, pois não abre
mão da idéia de que a felicidade que ela busca pode estar na outra
escolha, não naquela que ela está fazendo. Minha visão sobre esse assunto é de que é preciso
parar de querer ser feliz e se preocupar mais em evoluir e contribuir. A
felicidade real está dentro da pessoa, o que as pessoas realmente
buscam é uma sensação íntima que jamais poderia ser encontrada em
qualquer coisa externa (oportunidades, outras pessoas, profissão ou o
que seja). No momento em que você parar de associar as coisas em sua
vida e futuro com felicidade, um peso enorme sairá de suas costas e você
se sentirá mais livre para fazer o que precisa fazer em sua vida, sem
expectativas emocionais.
Um novo ano se aproxima e com ele novas pespectivas e oportunidades, você só precisa de três ferraamentas: objetivo, foco e meta, assim ficará mais fácil chegar até seus objetivos evitando o desgate de tempo , energia e até desgaste de convivência
ISA CROESY
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