sábado, 8 de janeiro de 2011

Observe a natureza


  

   Paulo Roberto Gaefke
O rio passa, segue seu caminho, mas não deixa de alimentar nenhum dos que
estão em seu curso. Assim, você pode seguir a sua vida e não deixar de
atender os mais necessitados, ou acolher aquele amigo que precisa de uma
palavra amiga, sem deixar-se envolver na história, acabando assim,
assumindo parte da dor que não lhe pertence.
O mar, com todo o seu poder, se abaixa humildemente para receber as águas
dos rios, e assim, garante a sua força com gestos delicados, pois se
usasse a força, com certeza desapareceria. Assim, você também deve
aprender a conquistar pela humildade, sendo forte sim, mas delicado o
suficiente para que as pessoas façam o que você pede pelo respeito
conquistado, não pelo medo da sua imposição.
O vento que refresca a sua tarde, pode se transformar em um furacão
gigantesco e varrer uma cidade inteira, ainda assim, passa
silenciosamente todos os dias pelo mundo, espalhando sementes que vão
alimentar o planeta. Assim como o vento, por onde você passar leve
apenas o seu melhor, deixe boas sementes, deixe saudades, seja gentil.
A árvore é a grande companheira do homem, mas pouco valorizada, as vezes
destruída cruelmente em troca de espaço para o gado, para uma roça
maior, ou simplesmente para a construção de um condomínio ou casa
luxuosa. Mesmo assim, continua suprindo o mundo com oxigênio, filtrando
o gás carbônico, oferecendo sombra nos dias quentes, flores, frutos,
sementes que viram óleo, madeira que vira mesa, cama e até seu caixão.
Por isso, seja como a árvore, serve sempre. Não deixe a revolta tomar
conta da sua alma. A revolta é um câncer que corrói o que temos de
melhor; a esperança.
Por fim, se a dor te visitar, antes de cair na facilidade da reclamação,
antes de se deixar levar pelo fato de ser sempre a vítima, pare e
observe a plantação lá fora. Observe o agricultor semeando o dia
inteiro. O que plantou algodão já faz as contas da safra de algodão. O
que plantou milho, já sabe quantas espigas esperar. E, mesmo que perca
toda a produção, não vai encontrar jamais um fruto diferente do que
plantou. Assim, pare e pense no que você tem plantado, quais sãos os
frutos que estão no seu cesto?
Quem semeia amor não vai colher outro fruto senão o mesmo amor.

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